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Entre o amor e a Guerra.

Brian era um jovem e bravo soldado, mas o que lhe mantinha vivo na Guerra do Vietnã não era sua garra, dedicação ou agilidade, e sim sua namorada Agatha. Uma garota cheia de sonhos e fantasias, com o desejo de viver uma grande paixão. Seu amor dava motivos para Brian continuar vivo, para lutar e vencer os inúmeros obstáculos que a Guerra lhe propunha. Suas cartas lhe davam energia e lhe mostravam que alguém estava ali, do outro lado a sua espera, ele tinha por quem lutar, tinha por quem vencer. Durante a Guerra ele liderou o grupo, encontrou armadilhas, sobreviveu aos ataques, passou por um triz. Perto de sua tão esperada e sonhada semana de folga, Agatha lhe envia uma carta, terminando o romance e arrancando de Brian seu único motivo para sorrir. Um tanto cruel, mas pobre garota, com tantos desejos e sede de viver, não poderia ficar presa ao destino incerto que um soldado lhe trazia. Mas uma carta não foi o suficiente para Brian desistir, portanto o jovem soldado abandonado pela namorada corre o risco e clandestinamente retorna aos Estados Unidos para ganha-la novamente. Uma bela surpresa lhe aguardava, pois ao pisar em solo americano ele se depara com uma época de protestos e revolução social, em meio aos grupos pacifistas estava Agatha, gritando e protestando com seus amigos pela saída dos Estados Unidos do conflito. Um tanto desafiador para Brian, mas nem seus ideais lhe impediam naquele instante. Obviamente a jovem assustou-se com sua presença, não esperava por aquilo, na verdade nem queria vê-lo, mas recebeu-lhe com um abraço apertado e um afago no pescoço. Bateu um alívio em vê-lo vivo, em vê-lo inteiro. Os olhos do nobre rapaz encheram-se de lágrimas e um sorriso de felicidade tomou conta de seu rosto, era exatamente ali que ele queria estar. Durante alguns segundos buscou argumentos para tentar convence-la de que necessitavam um do outro, que as qualidades de um se encaixavam nas do outro e que o mesmo acontecia com os defeitos, mas foi em vão. Agatha cuidadosamente colocou as mãos sobre o rosto de Brian e enquanto secava suas lágrimas desabafou: ''É doloroso esperar por alguém que não sei se chegará, é angustiante planejar um futuro com o incerto, talvez eu viva na ilusão''. No mesmo instante o pobre rapaz perdeu o seu chão, sentiu-se vazio e sua alma entristeceu. Como voltaria para a Guerra sem seu amuleto de proteção? Não sairia vivo de lá. Brian deu-se por vencido e com o sentimento de fracasso despediu-se de Agatha com um beijo, um ultimo beijo. Restavam-lhe alguns dias até o fim da semana, onde voltaria para o Vietnã, e então parou para pensar, qual o real motivo de estar combatendo a Guerra. Lembrou-se então de seu comprometimento com o grupo, com a causa e do motivo pelo qual era um soldado. Sua ideologia continuava a mesma, não poderia ser um desertor, deveria lutar pela causa e se manter firme. E então, ele voltou para o Vietnã, mas dessa vez, ele seria seu próprio amuleto, e a cobiça em acabar com a tal Guerra era o que lhe manteria vivo.



''Ahh, o amor... O amor te escapa pelos dedos como quando você brinca de pegar areia fina da praia com as mãos.''



































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